Resumo Examina-se a criminalização de indígenas nas penitenciárias do estado de Roraima, Brasil, no qual o sistema de justiça, como em todo o Brasil, não possui mecanismos para identificar os indígenas e reconhecer seus direitos constitucionais diferenciados, reforçando as desigualdades e injustiças para os indígenas, os mais oprimidos e discriminados desde os tempos coloniais. Ao longo da última década, organizações indígenas da capital deste estado têm chamado a atenção para esse problema e tomado medidas protagonistas para tentar mudá-lo. O Conselho Indígena de Roraima (CIR), por meio de sua advogada Joênia Wapichana, eleita, em 2018, a primeira indígena a ser deputada federal, montou um projeto para redigir o regimento indígena para que pudesse ser utilizado localmente para tratar processos criminais, incentivando as comunidades indígenas a resolver acusações de crimes por meio de conselhos de líderes locais e, assim, evitar que sejam entregues ao sistema de justiça criminal convencional.
Abstract The criminalization of indigenous people in the prisons of Roraima state, Brazil, is examined, in which the justice system, as throughout Brazil, has no mechanisms to identify indigenous people and recognize their differentiated constitutional rights, reinforcing the inequalities and injustices for indigenous people, the most oppressed and discriminated since colonial times. Over the past decade, indigenous organizations in the state capital have drawn attention to this problem and taken protagonist measures to try to change it. The Indigenous Council of Roraima (CIR), through their lawyer, Joênia Wapichana, elected, in 2018 the first Indigenous woman to be a federal deputy, set up a project to write down indigenous oral law so that it could be used locally to deal with criminal cases, encouraging indigenous communities to resolve accusations of crimes through councils of local leaders and thereby avoid them being handed over to the mainstream criminal justice system.
Resumen Se examina la criminalización de los indígenas en las cárceles del estado de Roraima, Brasil, en el que el sistema de justicia, como en todo Brasil, no cuenta con mecanismos para identificar a los indígenas y reconocer sus diferentes derechos constitucionales, reforzando las desigualdades e injusticias para los indígenas, los más oprimidos y discriminados desde la época colonial. Durante la última década, las organizaciones indígenas de la capital de este estado han llamado la atención sobre este problema y han dado pasos clave para tratar de cambiarlo. El Consejo Indígena de Roraima (CIR), a través de su abogada Joênia Wapichana, elegida en 2018 como la primera mujer indígena en ser diputada federal, puso en marcha un proyecto de redacción del regimiento indígena para que pueda ser utilizado localmente para atender casos penales, alentando comunidades indígenas para resolver los cargos por delitos a través del asesoramiento de líderes locales y así evitar que sean entregados al sistema de justicia penal convencional.